“tudo que se desloca deve utilizar-se da rede hipertextual tal como ela se encontra, ou então será obrigado a modificá-la”.

“tudo que se desloca deve utilizar-se da rede hipertextual tal como ela se encontra, ou então será obrigado a modificá-la”.

 

Apesar de parecer próprio da tecnologia digital, o hipertexto está presente no cotidiano das pessoas mesmo antes de Cristo. A simples necessidade de se guardar os textos de forma fragmentada (em blocos) em tabuinhas ou pergaminhos constituía o hipertexto.

            Na época de Platão, Virgílio ou Santo Agostinho os textos eram processados sem espaço entre as palavras, sem letras maiúsculas nem pontuação. Com o passar dos anos as formas de escrita foram evoluindo e se alterando para dinamizar a leitura. Anos mais tarde, também os meios de comunicação de massa sofreram evoluções e transformações em seu formato para facilitar o exercício da leitura e da compreensão.

            Então ao contrário do que se pensa, não só o meio digital se utiliza do hipertexto, já que segundo Theodor Nelson “o hipertexto é uma escrita não seqüencial, num texto que se bifurca”. Podemos observar esse tipo de recurso nos demais veículos de comunicação de massa, porém no meio digital ele se difere pela existência de interconexões instantâneas obtidas através de links.

            O computador e a internet definem uma nova ambiência informacional, onde na cibercultura, a lógica comunicacional supõe rede hipertextual, multiplicidade, virtualidade, tempo real, multissensorialidade e multidirecionalidade. (Lévy)

            A multimidialidade presenciada pelo uso de diversos códigos diferentes (texto, som e imagem) no mesmo meio, já nos era dada pela televisão, porém o link atribuiu a essa convergência uma nova forma organizacional e diferenciada formatação, que dão a nova “cara” do hipertexto, auxiliada pelo uso da memória (armazenamento de dados) que rompe os limites espaciais e temporais que existem nos outros meios.

O link então passa a ser considerado “elemento essencial para a narrativa jornalística no formato hipertextual”, onde título e link em alguns casos passam a ser um só elemento. “No lugar de receber a informação, o leitor tem a experiência da participação na elaboração do conteúdo. O sujeito não apenas interpreta mais ou menos livremente, como também organiza e estrutura”.(Machado)

            É o antigo se abrindo ao novo para que todos possam ser produtores de conhecimento, e que retorne a era dos pensadores.